quinta-feira, 18 de junho de 2009

o registro da dança


É interessante pensar no registro de uma dança. Com certeza é um desafio deixar marcado, de alguma forma, algo tão abstrato como ela. A dança por si só já traz consigo uma carga metafórica muito grande, além do que ela se faz presente pela necessidade de exteriorizar sentimentos inexplicáveis.


As pessoas que veem fotos tiradas de espetáculos de dança não conseguem sentir um mínimo de sentimento que os coreógrafos tinham para passar, portanto esse registro é falho. A mesma coisa acontece ao assistir uma filmagem convencional de uma dança, não transmite nada para quem está do outro lado da tv. Mas então como registrar essa dança? Ou só quem a assistiu ao vivo é que poderá sentir o que ela quis expressar?

A Cacá com o trabalho "Era uma vez um Tango..." já deu a deixa com relação ao registro de uma dança. Nessa proposta escrevíamos no chão essa frase em locais onde havíamos dançado um tango. E essa frase, da forma como foi escrita, brincava com o imaginário do espectador, o fazia pensar em uma dança através da sua ausência, pois não mais estava lá, concretamente.



Existem coreógrafos que criam com o foco no registro. As coreografias são feitas num formato para serem registradas. Se forem dançadas ao vivo, não teriam o mesmo efeito do seu registro, louco isso... Merce Cunnigham é um desses quem pensam muito mais no registro da sua criação.




Destaco aqui as imagens da criadora Trisha Brown, onde consegue em seus desenhos coreográficos respresentar o movimento e a expressividade de sua dança. As criações de Trisha vão além de registros, são poesias de dança, são inspiração para outros trabalhos. São o começo, o meio e o fim de uma dança.

6 comentários:

  1. Chega a ser engraçado essa necessidade que as pessoas tem em registrar momentos e emoções, sejam com palavras ou poses para fotos, como se a memória não fosse suficiente. Eu mesma sou um pouco assim, quando a lágrima não quer "guentar" nos olhos ou a alegria transborda n'alma, eu escrevo. Tenho vontade de guardar tudo e todos que gosto em uma latinha. Mas, isso é tão ínfimo diante dos imensuráveis momentos, abraços, sorrisos, danças e palavras que vivemos.
    Mas mesmo assim deixo o registro do meu obrigada e meu carinho por ti ;)

    Um beijo e um abraço.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. p.s: adorei registro ao lado sobre o dia dos namoradas. Fofos!

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  4. Subverter meios de mostrar a dança é tentar mostrar também que pra ela não existe registro. Nessa tentativa, tanta imagem bonita é criada. Isso pra mim, é muito prazeroso, uma busca infinita por algo que intuo o fim, o zero!

    Meu amor, é lindo viver ao seu lado. Nosso encontro é tão sensível... Nossa vida se completa em trocas. Tenho sintomas de amor; sentidos aguçados. Sua existência hoje faz parte da minha.

    Amo-te!

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  5. Primeiro: Quero dizer que é linda essa forma amorosa e sensível que existe entre o Gui Rocha e sua Cáca.

    Segundo: É maravilhoso para nós leitores ver toda esta sensibilidade romântica e aguçada transbordar em textos e palavras, tecendo pensamentos e sentimentos, formando uma renda que evolve e surpreende pela maneira singela e ao mesmo tempo profunda com que descortina novas facetas de conceitos já conhecidos.

    Terceiro: Adoro este blog!

    Beijos aos dois, Gui e Cacá

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  6. Não sei porque o comentário que fiz saiu com o nome da minha mãe...mistérios da internet...

    Beijos,
    Clarisse Nunes

    www.dancacatarina.com

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